MAI diz que UE deu "resposta que reflete um acordo equilibrado"
A ministra da Administração Interna considerou hoje que a Europa encontrou uma "resposta que reflete um acordo equilibrado", em relação à recolocação de 120 mil refugiados e informou que se mantém os números de pessoas que irão para Portugal.
Após a reunião de ministros da Justiça e do Interior da União Europeia (UE), em Bruxelas, Anabela Rodrigues comentou que o acordo para o mecanismo de recolocação foi adotada por uma "vasta maioria" , comentando que a "Europa foi capaz de encontrar uma resposta que reflete um acordo equilibrado".
"E foi capaz de assumir as suas responsabilidades face a este drama humanitário que se vive", acrescentou a governante, que assinalou que Portugal "desde o primeiro momento esteve do lado da solução e mais uma vez manifestou a sua disponibilidade e o seu acordo" para a recolocação de refugiados pelo espaço comunitário.
Questionada sobre o número de refugiados que Portugal receberá à luz da decisão de hoje, a ministra referiu não haver "praticamente alteração em relação aquilo que tinha sido discutido no último conselho (de ministros)", pelo que o país receberá cerca de três mil pessoas em relação aos 120 mil refugiados e no total "cerca de 4500/5000".
"É preciso que tenhamos em conta que não há solidariedade, sem se assegurar a dignidade da receção das pessoas e, por isso, Portugal desde sempre disse que receberia refugiados de acordo com as suas capacidades, e é isso que está a fazer", disse.
Anabela Rodrigues assinalou que o mecanismo acordado hoje, em Bruxelas, tem de ser "integrado numa política mais vasta e ter um mais largo enquadramento".
"Por isso, o Conselho Europeu de amanhã (quarta-feira) é muitíssimo importante para uma perspetiva integrada no âmbito da qual esta decisão foi tomada", comentou a ministra, numa referência à reunião extraordinária, que contará com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
A aprovação da medida vinculativa para os 28 ignorou a oposição às quotas propostas por Bruxelas de vários países do leste europeu, que votaram contra: Eslováquia, Roménia, República Checa e Hungria, ao passo que a Finlândia se absteve.
"A decisão sobre a relocalização de 120 mil pessoas [foi] adotada por uma larga maioria dos Estados membros", indicou a presidência luxemburguesa da UE, após uma reunião de emergência em Bruxelas.
Os quatro países, liderados pela Hungria, opõem-se veementemente ao plano da Comissão Europeia, insistindo que Bruxelas não tem o direito de os obrigar a receber milhares das pessoas que procuram refúgio na Europa. Fazê-lo constitui uma violação da soberania nacional, argumentam.
Fontes europeias disseram horas antes que a Grécia e a Itália poderão ficar com a maioria destes lugares, enquanto outros que se encontram agora na linha da frente em sítios como a Áustria e a Croácia poderão também obter mais ajuda.